"França reafirma direito de Israel de se proteger", escreve Macron após telefonema com Netanyahu 72h
Macron conversou nesta sexta-feira (13) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, bem como com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, o rei da Jordânia, o presidente dos Emirados Árabes Unidos, o emir do Catar, o chanceler alemão e o primeiro-ministro britânico. À tarde, ele teve uma conversa telefônica com o premiê israelense Benjamin Netanyahu, com quem as relações estavam tensas nos últimos meses devido às condenações da França ao bloqueio humanitário imposto por Israel a Gaza e à determinação de Paris em reconhecer um Estado palestino. q6t2o
"A França reafirma o direito de Israel de se proteger e garantir sua segurança", declarou nesta sexta-feira Emmanuel Macron após os ataques israelenses ao Irã, lembrando que já havia "condenado várias vezes" o programa nuclear iraniano. "Para não colocar em risco a estabilidade de toda a região, faço um apelo às partes para exercerem a máxima contenção e busquem a desescalada", acrescentou o presidente francês na rede X. Macron deve realizar uma coletiva de imprensa no final da tarde no Palácio do Eliseu, sede da Presidência sa. "Todas as medidas serão tomadas para proteger nossos cidadãos e nossas instalações diplomáticas e militares na região", afirmou ainda o chefe de Estado no X, após uma reunião do conselho de Defesa e Segurança Nacional realizada pela manhã. "A paz e a segurança de todos na região devem ser nossa bússola", insistiu, afirmando que "a França está pronta para trabalhar com todos os seus parceiros para promover a desescalada no Oriente Próximo e Médio". Leia também"Portas do inferno vão se abrir", diz novo líder militar do Irã; Israel mobiliza reservistas em todo o país Por sua vez, o primeiro-ministro François Bayrou afirmou que "os Estados da região, incluindo Israel, têm o direito de se defender e de impedir que o pior aconteça". "Todos percebem que tudo isso representa elementos de perigo para o mundo" e que "é preciso ter cuidado para que não haja uma deterioração e uma explosão", acrescentou, durante uma visita na região de Bouches-du-Rhône, sudeste da França. Trata-se de uma "situação histórica" e de um "desafio terrível", "tudo isso revolta os princípios que são os nossos", completou. Jean-Noël Barrot também fez um apelo à "desescalada" e reiterou na rede X suas "grandes preocupações com relação ao programa nuclear iraniano", considerando "essencial que todas as vias diplomáticas sejam mobilizadas para desarmar as tensões". "Várias ondas de ataques" O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou nesta sexta-feira que espera "várias ondas de ataques iranianos", após os bombardeios massivos do exército israelense contra instalações militares e nucleares do Irã ocorridos mais cedo no dia. "Esperamos ser alvo de várias ondas de ataques iranianos", disse Netanyahu em uma declaração em vídeo. "O ataque do Irã hoje não foi por acaso, e eu ordenei a eliminação do programa nuclear iraniano há seis meses", acrescentou o primeiro-ministro. "Era necessário agir, e eu havia fixado a data de execução para o final de abril de 2025, mas, por diversas razões, isso não foi possível", completou. O Irã classificou a série de ataques israelenses desta sexta-feira como uma "declaração de guerra", enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou Teerã sobre "ataques ainda mais violentos" por parte de Israel, caso o Irã não chegue a um acordo com Washington sobre seu programa nuclear. (Com AFP) 3q3y3b